Animação, ficções, documentários, oficinas e sessões comentadas: um programa diversificado, com propostas divididas pela Casa das Artes, pelas escolas e direccionadas para todos os graus de ensino, do ensino básico até ao secundário, em diálogo com os vários Agrupamentos de Escolas do concelho, mas também com a participação das escolas profissionais, designadamente a ACE – Escola de Artes de Famalicão (para alunos de Teatro e Dança) e a OFICINA - Escola Profissional do Instituto Nun'Alvares (para alunos de Audiovisuais e Multimédia), onde se realizará a masterclasse da cineasta Catarina Mourão, um dos destaques do programa. Sessões que ambicionam estender-se para lá da sala de projecção e enriquecer os currículos da escola, em diálogo com a restante programação do Close-up, sob o tema da Família Cinema.
Um tríptico da vida na cidade do Porto. Este filme leva-nos a uma viagem através do "processo de mudança de casa" seguindo três personagens diferentes em diferentes etapas deste processo. Cada história será entrelaçada num tipo de corrente, permitindo a cada momento um ponto de vista diferente num plano de fundo totalmente diferente. Em complemento, será exibida a curta Próxima Paragem (2001, 15 min) : A cidade do Porto, no ano 2001, vista através de um autocarro e dos seus passageiros.
Catarina Mourão estudou Música, Direito e Cinema (Mestrado na Universidade de Bristol e Doutoramento pela Universidade de Edimburgo, bolseia da FCT em ambos). Fundadora da AporDOC (Associação pelo Documentário Português). Dá aulas de Cinema e Documentário desde 1998 em diferentes Licenciaturas e Mestrados. Em 2000 cria com Catarina Alves Costa a Laranja Azul, produtora independente de cinema. É neste contexto que realiza os seus filmes que têm sido sempre premiados e exibidos em festivais internacionais. As suas áreas principais de investigação são o documentário, a memória, o sonho, o arquivo e a autobiografia.
Inclui a exibição de Pelas Sombras.
Título original: Pelas Sombras (Portugal, documentária, 2010, 80 min)
Classificação: M/12
Lourdes Castro (1930-2022) foi uma das maiores artistas portuguesas da segunda metade do séc. XX e início do séc XXI. Fascinada pelo seu trabalho, Catarina Mourão quis fazer um filme com a artista e Pelas Sombras foi realizado na localidade madeirense do Caniço, na casa que Lourdes construiu com o marido, o artista Manuel Zimbro, quando, depois de muitas décadas a viver em Paris e em Berlim, decidiram voltar para Portugal. E Catarina fascina-se de novo, com a “magia no quotidiano das coisas”, e filma Lourdes no seu espaço e na sua quietude, a tratar das plantas, a revisitar os seus álbuns de família, os livros de artista. Os gestos de todos os dias, o respirar.
Hôtel de la Plage, costa atlântica, Verão: as pessoas poisam as malas calmamente. Ao longe, o som incomodativo de um carro ruidoso. Ao volante, um veraneante pouco comum. É o senhor Hulot (Jacques Tati), que empurra a porta do hotel e provoca logo uma enorme corrente de ar. A partir daí, instala-se a desordem total: o Sr. Hulot, para gáudio das crianças, semeia involuntariamente o terror nesta pequena sociedade de veraneantes demasiado sérios.
Apresentação dos resultados da Oficina realizada no Agrupamento de Escolas D. Maria II, durante o mês de Setembro, com uma turma do 5º e outra do 9º ano.
Os arquivos reúnem, preservam, organizam documentação que nos mostram acontecimentos do passado. Constituem fontes de conhecimento que nos dão a conhecer factos supostamente verdadeiros, a imagem funciona como veiculo da memória. O arquivo é memória e esta potencia, informa e altera a realidade presente. Uma das funções do arquivo é activar a nossa memória sobre o conteúdo arquivado. O arquivo preserva a memória pelo arquivamento de registos, por um sujeito/instituição, que tem o poder de decidir o que entra e o que fica no arquivo. O principio da montagem nasce com o cinema e é a partir da ideia de montagem cinematográfica, mais especificamente do efeito Kuleshov, de plano contra plano, que pretendemos revisitar, reorganizar, reinterpretar as imagens: Nacional 206 de Catarina Alves Costa (2008), Famalicão de Manoel de Oliveira (1940), A Terra e o Homem de Manuel Guimarães (1969) e Revolução Industrial de Frederico Lobo e Tiago Hespanha (2014), filmes documentários filmados no concelho de Vila Nova de Famalicão, imagens, que funcionam agora como arquivo. O objectivo é a construção de uma ou várias obras de performance-imagem expandida, com manipulação em tempo real. Durante as sessões os alunos e alunas vão ter oportunidade de visionar os filmes, entrar em contacto com suportes e dispositivos cinematográficos relacionados com arquivo, noções básicas de elaboração de um pequeno filme cinematográfico e a construção de uma pequena obra, partindo de fragmentos de imagens, de sons, palavras, implementando colagens, técnicas para a apropriação deste material, usando a memória como ferramenta de transformação. Estas imagens de diferentes épocas, podem agora, ser questionadas, transformadas, construindo novas histórias ou a histórias que queremos ver, entre o passado e presente, do individual ao coletivo, na sua função económica socio cultural de uma determinada região.
Hôtel de la Plage, costa atlântica, Verão: as pessoas poisam as malas calmamente. Ao longe, o som incomodativo de um carro ruidoso. Ao volante, um veraneante pouco comum. É o senhor Hulot (Jacques Tati), que empurra a porta do hotel e provoca logo uma enorme corrente de ar. A partir daí, instala-se a desordem total: o Sr. Hulot, para gáudio das crianças, semeia involuntariamente o terror nesta pequena sociedade de veraneantes demasiado sérios.
Encomendado pela Fundação Calouste Gulbenkian, com produção da Vende-se Filmes e o apoio da RTP, “Um Corpo que Dança” tem autoria de Marco Martins – realizador de "Alice" (2005), "Como Desenhar Um Círculo Perfeito" (2009) e “São Jorge” (2016) – e traça o percurso do Ballet Gulbenkian, considerada uma das maiores companhias de dança portuguesa do século XX. Apoiando-se em imagens de arquivo e entrevistas a criadores, a historiadores, a bailarinos e a ex-directores, o realizador mostra-nos a história desta companhia, desde o seu início, em 1965, até à sua extinção em 2005. Ao mesmo tempo, é mostrado todo o contexto político, económico e social de Portugal ao longo desses 40 anos.
Neste filme de animação, assinado pelo realizador israelita Ari Folman – nomeado para o Óscar com “A Valsa com Bashir” –, somos apresentados a Kitty, a melhor amiga imaginária a quem Anne Frank se dirigiu ao escrever no diário que a tornou célebre em todo o mundo. A acção decorre nos dias de hoje, quando Kitty desperta em casa de Anne, em Amesterdão, e parte à sua procura, esperançosa de a encontrar com vida. Impressionada com as mudanças ocorridas no mundo, a rapariga depara-se com o enorme impacto das palavras escritas por Anne ao longo do tempo, tornando-a um símbolo de resistência e coragem para todas as vítimas do racismo, do anti-semitismo e do fascismo.
Sessão 1: 10h00
Sessão 2: 14h30
Sessão 3: 19h00
Viagem ao Sol é uma reflexão sobre crianças em situação de conflito e pós-conflito, e a potência do seu olhar em revelar realidades ofuscadas pelas narrativas oficiais. O filme parte de testemunhos de antigas crianças austríacas, enviadas no pós-guerra para Portugal, país poupado à Segunda Guerra Mundial. Usando só imagens de arquivo, Viagem ao Sol estabelece múltiplas ressonâncias com a Europa actual, onde o espaço para o Outro se tem vindo a reduzir drasticamente.
Mary, de 11 anos, é uma menina inteligente e cheia de vida que está a passar as férias de Verão em casa da sua tia-avó. Aborrecida e sem nada para fazer, espera ansiosamente pelo início das aulas. Um dia, ao seguir o percurso de dois gatinhos, é guiada até um bosque onde encontra uma velha vassoura e uma flor que tem a particularidade de só desabrochar a cada sete anos. Ao tocar-lhes, um estranho feitiço é activado e a menina é levada numa maravilhosa aventura. Durante essa noite mágica, adquire poderes extraordinários que lhe vão permitir conhecer um mundo nunca visto. Produzido pelo estúdio de animação Studio Ponoc, um filme de animação com assinatura do japonês Hiromasa Yonebayashi (nomeado para o Óscar com "Memórias de Marnie") que se inspira na obra "The Little Broomstick", da escritora britânica Mary Stewart.
O Sr. Lobo, o Sr. Cobra, o Sr. Piranha, o Sr. Tubarão e a Sr.a Tarântula tornaram-se lendários pelos mais diversos crimes, nunca desiludindo a sua legião de fãs. Mas a vida muda, as prioridades alteram-se e chega o momento por que ninguém esperava: o arrependimento de tantas malfeitorias e uma estranha necessidade de redenção. É assim que, com a ajuda do Professor Marmalade, resolvem seguir o caminho do bem. Mas o desafio, para quem levou a vida dedicada à vilania, é muito mais difícil do que poderiam imaginar. Produzida pela DreamWorks Animation e distribuída pela Universal Pictures, o filme inspira-se no livro infantil de Aaron Blabey.
Desde criança, Georgia Nolan tem apenas um sonho: tornar-se bombeiro, tal como o pai. Infelizmente, a atividade está vedada às mulheres na Nova Iorque de 1930. Mas, quando os bombeiros da cidade começam a desaparecer numa série de incêndios misteriosos nos teatros da Broadway, Georgia vê uma oportunidade de ouro. Disfarça-se de "Joe", e junta-se à equipa de bombeiros improvisados encarregados de deter o incendiário.
A vida parece sorrir a Karim D (Rabah Nait Oufella), um jovem escritor tornado celebridade depois do êxito da sua última obra. Isto até alguém descobrir que, algum tempo antes, e sob o pseudónimo de Arthur Rambo, partilhara no Twitter uma série de conteúdos de teor anti-semita e homofóbico. De um momento para o outro, Karim vê-se ostracizado pelos seus amigos e odiado pela opinião pública, que o converte numa espécie de bode expiatório de todas as desgraças do mundo. Inspirado numa história verídica, um filme dramático sobre a efemeridade da fama e os perigos das redes sociais, com assinatura de Laurent Cantet (“Recursos Humanos”, “A Turma”).
Ben e Searsha vivem com o pai na parte superior de um farol numa pequena ilha. Para os proteger dos perigos do mar, a avó leva-os para a cidade. Ben descobre que a sua irmã mais nova é uma Selkie, uma fada do mar, cuja canção pode libertar seres mágicos do destino a que os condenou uma bruxa. Inspirado em vários mitos do folclore irlandês, "A Canção do Mar" conta com a realização de Tomm Moore que, com este filme, se viu nomeado pela segunda vez para o Óscar de Melhor Filme de Animação, depois de o ter sido com "The Secret of Kells" (2009), a sua estreia em cinema.