Close-up é um tipo de plano cinematográfico que aproxima a observação, mas é também um filme incontornável na história do Cinema (de Abbas Kiarostami, 1990), que servirá de epígrafe deste Observatório. Na colisão entre o documentário e a ficção, entre o real e o simulacro, emergem as potencialidades humanistas do Cinema: um homem envolve-se com uma família passando-se por um realizador, é julgado por esse delito, mas é perdoado, redimido pelo cinema de Kiarostami. Edifica-se, então, um Observatório de Cinema, com vigência estendida ao longo de todo o ano e com uma Mostra, ponto alto e intenso da programação, que na 10.ª edição decorrerá entre os dias 11 e 18 de outubro. Procurando inovar no formato, para lá da ideia conceptual de Festival, pretende-se, tal como a designação Observatório deseja evocar, um contínuo e detalhado olhar sobre a produção do Cinema do presente, antecipando as mutações que o futuro trará, nas suas relações com as outras artes, o mundo académico e a comunidade, atribuindo protagonismo a sessões comentadas que se estendem por todo o programa. A história do Cinema estará no cerne da programação do Observatório, sustentada no legado da linguagem das imagens em movimento: da arqueologia das imagens fantasmáticas do virar do séc. XX, até ao universo digital e da multiplicação de ecrãs do séc. XXI.

De 11 a 18 de outubro, em vários espaços da Casa das Artes e do Teatro Narciso Ferreira, projeta-se o décimo episódio do CLOSE-UP – Observatório de Cinema de Famalicão, com mais de 30 sessões de cinema contemporâneo cruzadas com a história do Cinema na obra de David Lynch (em diálogo com a exposição A Estrada Não Tem Fim), sob o mote da Domicílio Conjugal, incluindo cine-concertos por Dean Hurley, Bruno Pernadas, e com o projeto 007 License to Sing no encerramento. Haverá filmes comentados (por realizadores, jornalistas, académicos), uma retrospetiva da cineasta Margarida Cardoso, masterclasses, sessões especiais, conversas, sessões para famílias e um vasto programa para escolas.