Cine-Concertos e Sessões Especiais

Nas sessões de abertura e fecho, na passagem pelo Teatro Narciso Ferreira e numa sessão para famílias, o Close-up mostra propostas de cruzamento entre imagens em movimento, a música e a dança: Surma & Luís Buñuel, Rui Horta & Micro Audio Waves, Joana Gama & Luís Fernandes + Eduardo Brito, e Orquestra da Costa Atlântica & Charlie Chaplin.

Noite de Abertura Estreia Cine-Concerto por Surma

Alla + Um Cão Andaluz

Dia 12-10 21h45 (GA)
(80 min) M/6

Surma inspira-se no silêncio para criar o seu próprio universo de canções de jazz, eletrónica, e uma multiplicidade de influências, explorando caminhos nem sempre óbvios, mas com uma forte identidade, a sua própria fonética, e criando momentos únicos que nos podem levar dos fiordes nórdicos a cidades cosmopolitas. Em paralelo à edição do seu disco de estreia “Antwerpen”, de 2017 Surma acumulou ainda inúmeros projetos paralelos - bandas sonoras, sonoplastia, música para teatro e dança, colaborações com outros músicos. O novo disco "alla" é um desafio sem barreiras, onde se rodeia de várias participações de variados géneros musicais para adensar e consolidar ainda mais o seu universo tão próprio. Em palco, o álbum é apresentado num formato de trio onde cabem também, para além de Débora Umbelino, os cúmplices João Hasselberg e Pedro Melo Alves, surpreendendo a plateia com a frescura de uma Surma renovada, intensa e livre, e levando o público à descoberta da sua nova estética.

A abrir o concerto, Surma, em resposta a uma encomenda da Casa das Artes de Famalicão, musicará em estreia “Um Cão Andaluz” (1929, 18 min), um filme de Luis Buñuel e coescrito por Salvado Dalí: Um homem afia uma lâmina de barbear, antes de com ela cortar o olho de uma mulher jovem e impassível. Um ciclista cai. Uma mulher e um homem observam um andrógino e uma mão cortada, e depois acariciam-se. Passado um ano, chega outro homem que ordena ao primeiro que saia da cama. Tudo acaba numa praia onde a mulher encontra um terceiro homem.

Cine-Concerto por Orquestra da Costa Atlântica

A Loja de Penhores + O Imigrante

de Charlie Chaplin

Dia 13-10 11h30 (GA)
(65 min)

A Orquestra da Costa Atlântica, fundada em 2015 por Ana Carolina Capitão e Luis Miguel Clemente, reúne instrumentistas de reconhecido nível técnico e artístico numa formação singular no panorama musical português. Constituída por um efetivo de sessenta instrumentistas profissionais, a Orquestra pode ser reduzida ou expandida de acordo com as especificidades de cada programa de concerto. Desta forma, pode interpretar um amplo repertório, que se estende do barroco até à música contemporânea, bailados, óperas ou bandas sonoras de filmes, assegurando uma versátil atividade artística. A Orquestra da Costa Atlântica tem como Maestro Titular Luis Miguel Clemente.

Serão musicadas duas das curtas-metragens mais importantes de Charlie Chaplin, que as realizou e interpretou, protagonizadas por Charlot, o seu personagem de eleição: A Loja de Penhores (1916, 30 min) e O Imigrante (1917, 30 min).

Cine-Concerto por Joana Gama e Luís Fernandes

Strata

Dia 16-10 21h15 (Teatro Narciso Ferreira)
Presença de Eduardo Brito
(55 min) M/6

O duo de piano e eletrónica composto por Joana Gama e Luís Fernandes está prestes a celebrar dez anos de atividade. Os cinco álbuns que lançaram abarcam trabalho em duo, em trio, em quinteto e com orquestra e, paralelamente, fizeram igualmente colaborações nas áreas das artes performativas e do cinema. Para Strata, o duo convidou o realizador Eduardo Brito - com quem tinha trabalhado anteriormente em dois filmes - para a criação do imaginário visual deste espetáculo, em colaboração com Frederico Rompante que, desde o início, tem assinado o desenho de luz dos concertos do duo.

Joana Gama, piano
Luís Fernandes, eletrónica
Eduardo Brito, vídeo
Frederico Rompante, desenho de luz
Suse Ribeiro, desenho de som

Noite de Encerramento

Glimmer

Dia 19-10 21h45 (GA)
Presença de Rui Horta e Micro Audio Waves
(90 min) M/6

Futuro.
Ideia perante a qual nos iremos dividir. Em tempos de dúvida, numa escolha quase absurda entre distopia e utopia, perguntamos como fizemos tantos progressos tecnológicos e retrocedemos nas relações humanas. Glimmer propõe o encontro entre ideias, emoções e a construção de futuro, sob um pano de fundo ecológico e fusional, transportado por criadores que nunca abdicaram de pensar nesse mesmo futuro. Um futuro onde cabem todos, sem exceção de cor, identidade e género. Uma viagem para o que desconhecemos e nos transcende, mas que imaginamos bem melhor do que o agora. Na verdade, no hipertexto da google, a palavra amor aparece citada 10 vezes mais do que a palavra ódio e, por isso, nesta breve encenação do mundo, ser otimista é também ser realista - music will save the world e a dança também.
Glimmer é sobre uma tecnologia tão humanizada que se confunde com a nossa alma, é sobre um computador que caiu de uma bicicleta e continua a funcionar. É sobre os corpos que se irão inexoravelmente fusionar entre si e com a natureza, num abraço universal à velocidade da luz. Glimmer tem tecnologia, muita tecnologia, mas tem muito mais música, dança e sobretudo poética.

Encenação e Coreografia: Rui Horta (em colaboração com os intérpretes)
Criação musical: Cláudia Efe, Carlos Morgado, Flak e Francisco Rebelo
Intérpretes: Cláudia Efe, Gaya de Medeiros, Carlos Morgado, Flak e Francisco Rebelo
Desenho de luz e Espaço Cénico: Rui Horta
Conteúdos digitais: Guilherme Martins, David Ventura e Marco Madruga
Realização vídeo: Stella Horta
Figurinos: Constança Entrudo
Direção de produção: Pedro Santos
Direção técnica: João Chicó
Técnico de Som: Artur David