Nas sessões de abertura e fecho, na passagem pelo Teatro Narciso Ferreira e numa sessão para famílias, o Close-up mostra propostas de cruzamento entre imagens em movimento, a música e a dança: Surma & Luís Buñuel, Rui Horta & Micro Audio Waves, Joana Gama & Luís Fernandes + Eduardo Brito, e Orquestra da Costa Atlântica & Charlie Chaplin.
Surma inspira-se no silêncio para criar o seu próprio universo de canções de jazz, eletrónica, e uma multiplicidade de influências, explorando caminhos nem sempre óbvios, mas com uma forte identidade, a sua própria fonética, e criando momentos únicos que nos podem levar dos fiordes nórdicos a cidades cosmopolitas. Em paralelo à edição do seu disco de estreia “Antwerpen”, de 2017 Surma acumulou ainda inúmeros projetos paralelos - bandas sonoras, sonoplastia, música para teatro e dança, colaborações com outros músicos. O novo disco "alla" é um desafio sem barreiras, onde se rodeia de várias participações de variados géneros musicais para adensar e consolidar ainda mais o seu universo tão próprio. Em palco, o álbum é apresentado num formato de trio onde cabem também, para além de Débora Umbelino, os cúmplices João Hasselberg e Pedro Melo Alves, surpreendendo a plateia com a frescura de uma Surma renovada, intensa e livre, e levando o público à descoberta da sua nova estética.
A abrir o concerto, Surma, em resposta a uma encomenda da Casa das Artes de Famalicão, musicará em estreia “Um Cão Andaluz” (1929, 18 min), um filme de Luis Buñuel e coescrito por Salvado Dalí: Um homem afia uma lâmina de barbear, antes de com ela cortar o olho de uma mulher jovem e impassível. Um ciclista cai. Uma mulher e um homem observam um andrógino e uma mão cortada, e depois acariciam-se. Passado um ano, chega outro homem que ordena ao primeiro que saia da cama. Tudo acaba numa praia onde a mulher encontra um terceiro homem.
A Orquestra da Costa Atlântica, fundada em 2015 por Ana Carolina Capitão e Luis Miguel Clemente, reúne instrumentistas de reconhecido nível técnico e artístico numa formação singular no panorama musical português. Constituída por um efetivo de sessenta instrumentistas profissionais, a Orquestra pode ser reduzida ou expandida de acordo com as especificidades de cada programa de concerto. Desta forma, pode interpretar um amplo repertório, que se estende do barroco até à música contemporânea, bailados, óperas ou bandas sonoras de filmes, assegurando uma versátil atividade artística. A Orquestra da Costa Atlântica tem como Maestro Titular Luis Miguel Clemente.
Serão musicadas duas das curtas-metragens mais importantes de Charlie Chaplin, que as realizou e interpretou, protagonizadas por Charlot, o seu personagem de eleição: A Loja de Penhores (1916, 30 min) e O Imigrante (1917, 30 min).
O duo de piano e eletrónica composto por Joana Gama e Luís Fernandes está prestes a celebrar dez anos de atividade. Os cinco álbuns que lançaram abarcam trabalho em duo, em trio, em quinteto e com orquestra e, paralelamente, fizeram igualmente colaborações nas áreas das artes performativas e do cinema. Para Strata, o duo convidou o realizador Eduardo Brito - com quem tinha trabalhado anteriormente em dois filmes - para a criação do imaginário visual deste espetáculo, em colaboração com Frederico Rompante que, desde o início, tem assinado o desenho de luz dos concertos do duo.
Joana Gama, piano
Luís Fernandes, eletrónica
Eduardo Brito, vídeo
Frederico Rompante, desenho de luz
Suse Ribeiro, desenho de som
Futuro.
Ideia perante a qual nos iremos dividir. Em tempos de dúvida, numa escolha quase absurda entre distopia e utopia, perguntamos como fizemos tantos progressos tecnológicos e retrocedemos nas relações humanas. Glimmer propõe o encontro entre ideias, emoções e a construção de futuro, sob um pano de fundo ecológico e fusional, transportado por criadores que nunca abdicaram de pensar nesse mesmo futuro. Um futuro onde cabem todos, sem exceção de cor, identidade e
género. Uma viagem para o que desconhecemos e nos transcende, mas que imaginamos bem melhor do que o agora. Na verdade, no hipertexto da google, a palavra amor aparece citada 10 vezes mais do que a palavra ódio e, por isso, nesta breve encenação do mundo, ser otimista é também ser realista - music will save the world e a dança também.
Glimmer é sobre uma tecnologia tão humanizada que se confunde com a nossa alma, é sobre um computador que caiu de uma bicicleta e continua a funcionar. É sobre os corpos que se irão inexoravelmente fusionar entre si e com a natureza, num abraço universal à velocidade da luz. Glimmer tem tecnologia, muita tecnologia, mas tem muito mais música, dança e sobretudo poética.
Encenação e Coreografia: Rui Horta (em colaboração com os intérpretes)
Criação musical: Cláudia Efe, Carlos Morgado, Flak e Francisco Rebelo
Intérpretes: Cláudia Efe, Gaya de Medeiros, Carlos Morgado, Flak e Francisco Rebelo
Desenho de luz e Espaço Cénico: Rui Horta
Conteúdos digitais: Guilherme Martins, David Ventura e Marco Madruga
Realização vídeo: Stella Horta
Figurinos: Constança Entrudo
Direção de produção: Pedro Santos
Direção técnica: João Chicó
Técnico de Som: Artur David