Animação, ficção e documentário, oficinas e sessões comentadas: um programa diversificado, com propostas divididas pelos auditórios da Casa das Artes e pelas escolas, e direcionadas para todos os graus de ensino, do ensino básico até ao universitário, em diálogo com os vários Agrupamentos de Escolas do concelho, mas também com a participação das escolas profissionais, designadamente a ACE – Escola de Artes de Famalicão (para alunos de Teatro e Dança) e o ensino superior de Cinema, designadamente a Escola Superior Artística do Porto (ESAP), onde se realizará a masterclasse dos cineastas João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, um dos destaques do programa. Sessões que ambicionam estender-se para lá da sala de projeção e enriquecer as vivências da escola, enquanto se formam espectadores de cinema, em diálogo com a restante programação do Close-up, sob o tema Memórias do Futuro.
Seguindo os passos de uma longa linhagem de documentaristas, um coletivo de três cineastas italianos conhecidos pelo seu cinema politicamente perspicaz – Pietro Marcello, Francesco Munzi e Alice Rohrwacher – partiu para entrevistar os jovens italianos sobre as suas esperanças, sonhos e medos para o futuro. Com as divisões políticas de hoje, o desconforto socioeconómico, a dependência excessiva da tecnologia e a crise climática global, as conversas que eles promovem parecem particularmente urgentes. Concentrando-se nas esperanças e medos da próxima geração, Futura captura um instantâneo do que pode estar por vir.
Descontentes com a decisão dos pais, que recusam comprar uma televisão, dois irmãos resolvem fazer, como forma de protesto, uma greve de silêncio. É o início de um momento de crise, mas também de mudança no seio da família Hayashi. Da autoria do lendário realizador japonês Yasujirô Ozu, "Bom Dia" retoma um dos seus filmes anteriores, "Nasci, Mas..." (1932), mas trabalhando a cor e situando a trama no Japão do pós-guerra. O filme é considerado uma obra-prima da fase final da carreira do cineasta.
A partir da estreia do seu mais recente filme, Onde Fica Esta Rua? Ou Sem Antes Nem Depois, a dupla de cineastas desenhará um mapa de relações entre o seu trabalho e o movimento do cinema novo do cinema português, com o filme Verdes Anos de Paulo Rocha no centro.
João Pedro Rodrigues – Formado na Escola Superior de Teatro e Cinema. A sua primeira longa, O Fantasma, percorreu vários festivais, assim como os seguintes Odete e Morrer Como Um Homem. Venceu o prémio de Realização em Locarno com O Ornitólogo. Em 2016, o Centro Pompidou de Paris dedicou-lhe uma Retrospetiva Completa e Instalação, em conjunto com João Rui Guerra da Mata, com quem co-realizou Onde Fica Esta Rua? Ou Sem Antes Nem Depois, que está no centro deste programa.
João Rui Guerra da Mata – Passou os seus anos formativos em Macau, na China. Estudou e trabalhou em Design Gráfico e Tipografia em Lisboa. Trabalha em cinema desde 1995 em direção artística, como ator, assistente de realização, argumentista e realizador. Em 2012 realizou a sua primeira curta-metragem a solo, O Que Arde Cura, premiada na competição do Festival Internacional de Cinema de Locarno. Co-realizou várias curtas e a longa A Última Vez Que Vi Macau (2012) com o seu companheiro e colaborador artístico habitual, João Pedro Rodrigues. Também trabalhou como argumentista em várias longas e curtas, que exemplificamos com O Ornitólogo (2016), realizada por Rodrigues.
São três histórias que decorrem em três épocas, ambientadas em três mundos diferentes: uma epopeia vinda diretamente do antigo Egipto; uma lenda medieval francesa, da região de Auvergne; e, finalmente, uma fantasia do século XVIII vestida de trajes otomanos e ambientada em palácios turcos. Um filme primorosamente animado que nos transporta por paisagens reais e oníricas sempre inesperadas e frequentemente contrastantes, povoadas por deuses esplêndidos e tenebrosos, tiranos aviltantes e protetores benevolentes, amantes astutos e príncipes e princesas que fazem apenas o que lhe apetece – tudo numa deslumbrante explosão de cor.
Farta de teorizar sobre a crise, o desemprego e a precariedade laboral, a escritora Marianne Winckler (Juliette Binoche) decide tirar seis meses da sua vida e sentir na pele o verdadeiro significado de tudo isso. Ao iniciar um emprego numa empresa de limpezas, acaba por vivenciar as enormes dificuldades com que milhares de pessoas se deparam diariamente. Mas. apesar do trabalho árduo e da constante exaustão, vai viver também momentos de amizade e companheirismo que lhe vão ficar gravados na memória. Um filme com argumento e realização do escritor francês Emmanuel Carrère (“Amor Suspeito”), que transporta para o grande ecrã o “best-seller” de não-ficção escrito por Florence Aubenas.
Os Pato-Bravo são uma família de patos que leva uma vida tranquila num belo lago em Nova Inglaterra. Apesar de Pam, a mãe, estar ansiosa por migrar e mostrar o mundo aos seus dois filhos, é constantemente empatada pelo marido, Mack, um macho muito protetor, que evita a todo o custo sair (ou deixar que saiam) da sua zona de conforto. Mas quando conhecem as incríveis aventuras de uma família de aves acabada de regressar de viagem, Pam consegue finalmente convencer Mack a partir. Juntos, planeiam uma rota cheia de lugares bonitos em direção ao Sul, com a distante Jamaica como destino final. Produzida pelos estúdios Illumination (responsável pelos filmes Gru - O Maldisposto, Cantar!, A Vida Secreta dos Nossos Bichos ou Mínimos) e distribuída pela Universal Pictures, um filme animado para toda a família.
A sessão encerrará um trabalho de três anos letivos, de Tânia Dinis com duas turmas do Agrupamento de Escolas D. Maria II, que começou por convocar as imagens do território de Famalicão, em filmes de Manoel de Oliveira, Manuel de Guimarães, Catarina Alves Costa e Frederico Lobo & Tiago Hespanha. Será exibido o documentário de Tânia Dinis – Entre as Imagens - que resultou desta oficina, assim como o filme A Terra e o Homem (1969) de Manuel Guimarães, que será apresentado por alunos da escola.
Entre as Imagens (2024, 20 min), é o filme que resulta das oficinas artísticas realizadas no Agrupamento de Escolas D. Maria II, com uma turma do 5º/6º e outra do 9º ano. O principio da montagem nasce com o cinema e é a partir da ideia de montagem cinematográfica, mais especificamente do efeito Kuleshov, de plano contra plano, que revisitamos, reorganizamos, reinterpretamos as imagens: Nacional 206 de Catarina Alves Costa (2008), Famalicão de Manoel de Oliveira (1940), A Terra e o Homem de Manuel Guimarães (1969) e Revolução Industrial de Frederico Lobo e Tiago Hespanha (2014), filmes documentários filmados no concelho de Vila Nova de Famalicão e do Vale do Ave, imagens, que funcionam agora como arquivo. Filmamos também, as nossas imagens, revisitando alguns locais. Estas imagens de diferentes épocas, podem agora, ser questionadas, transformadas, construindo novas histórias ou a histórias que queremos ver, entre o passado e presente, do individual ao coletivo, na sua função económica socio cultural de uma determinada região.
A Terra e o Homem é um documentário do cineasta Manuel Guimarães (1915-1975), com uma duração de cerca de 15 minutos, cujo restauro teve financiamento do Município de Famalicão. A 9 de Abril de 1968 o republicano Dr. Nuno Simões (1894-1976) é homenageado pelo Concelho de Famalicão, sendo-lhe atribuída a insígnia do “Grande Oficialato da Ordem de Benemerência” Duas equipas da Cultura Filme, uma Sociedade Comercial de Produções Cinematográficas Lisboeta, sob a direção de Ricardo Malheiro, fizeram a cobertura cinematográfica deste acontecimento para os "Jornais Associados" do Brasil. Completaram o seu trabalho filmando vários aspetos da vila e do concelho de Famalicão, e ainda alguns pormenores da "feira dos folares" - Isto é o que nos diz a jornal “Estrela da Manhã” poucos dias depois do acontecimento.