Dean Hurley, músico colaborador de David Lynch, na noite de abertura da edição 10 do CLOSE-UP

A décima edição do CLOSE-UP – Observatório de Cinema – decorrerá de 11 a 18 de Outubro, em vários espaços da Casa das Artes de Famalicão e do Teatro Narciso Ferreira. A noite de abertura terá como protagonista Dean Hurley, na estreia em Portugal do músico, designer de som e compositor norte-americano que adquiriu notoriedade através da parceria com o realizador David Lynch (em filmes, na terceira série de Twin Peaks e em discos concretizados em parceria com o cineasta). Dean Hurley apresentar-se-á ao vivo com Through This World, um espetáculo na secção cine-concertos, que revela a assinatura do seu som e das metodologias que usa em estúdio, envolvido num cuidado espaço cénico.

Para lá da presença de Dean Hurley, que também apresentará uma masterclasse sobre o papel do som e da música no cinema de David Lynch, a edição 10 do CLOSE-UP homenageará o cineasta, num extenso programa, que incluirá a exibição de seis filmes em sessões comentados (mais os dois últimos na réplica do Close-up de Janeiro) e uma exposição em estreia, montada em parceria com o Museu de Cinema de Melgaço – Jean-Loup Passek. A programação integral do Close-up será revelada pela Casa das Artes no início de Setembro. Serão destaque do Observatório de Cinema um conjunto de cine-concertos, onde se cruzarão as imagens do movimento com a música. Nos vários panoramas, numa festa do cinema com cerca de 30 sessões, haverá o encontro da produção do presente com a história do cinema, incluindo uma retrospectiva dedicada a uma cineasta portuguesa, sem perder o foco nas propostas para escolas e para famílias, numa programação também pautada pelas sessões comentadas, por masterclasses e oficinas.

DEAN HURLEY – Through This World
(Grande Auditório da Casa das Artes de Famalicão, 11 de Outubro, às 21h45)

Designer de som e compositor norte-americano, Dean Hurley adquiriu notoriedade através da parceria com o realizador David Lynch. Hurley geriu o Asymmetrical Studio de Lynch durante uma década e meia, onde colaborou intensamente com o som e a música de vários projetos cinematográficos, comerciais e álbuns musicais do cineasta. Hurley desempenhou as funções de supervisor de som e música na terceira temporada da aclamada série televisiva Twin Peaks, que Lynch realizou, contribuindo também com música original para a série. O trabalho de Hurley deambula entre a composição musical e o som atmosférico para filmes. A sua abordagem sonora singularmente experimental estabelece uma tapeçaria em paisagens que combinam loops, samples e registos em ambientes naturais e urbanos. Hurley compôs música para filmes, editou vários discos a solo e colaborou com outros artistas, designadamente Romance, John Carpenter, Chromatics, Sky Ferreira, Zola Jesus, Gloria de Oliveira, Dlina Volny, Donovan, Trouble, Chrystabell, Jaye Jayle, Jorja Chalmers, Tiny Ruins, Sam Gendel, entre outros.

Classificação: M/6
Duração: 80 min

Bilheteira
Geral: 6 euros
Cartão quadrilátero, estudantes, seniores, associados de cineclubes: 3 euros

DAVID LYNCH A Estrada Não Tem Fim

1 DEAN HURLEY - Through This World - 11 de outubro (21h45)

2 Masterclasse de Dean Hurley: o som no cinema de David Lynch - 12 de outubro (17h00)

3 Exposição em parceria com o Museu de Cinema de Melgaço - Jean-Loup Passek
Uma viagem pela obra de David Lynch, através de cartazes dos seus filmes, iniciada no final dos anos 1970, com Eraserhead, e conduzida até Inland Empire, estreado em 2006. Este promenade não esquece Twin Peaks, quando o cinema de Lynch invadiu a televisão em 1990, para reincidir em 2017, numa terceira série, que ficou como um poderoso testamento do seu trabalho. A exposição completa-se com imagens dos intérpretes do cineasta, em fotografias de rodagem, retiradas do espólio de Jean-Loup Passek. No foyer da Casa das Artes de Famalicão, de 1 de Outubro a 31 de Dezembro.

4 David Lynch, ciclo de sessões comentadas
Através do empilhamento de enigmas, que conduzem grande parte dos espectadores à procura de explicações da trama e das direções das estradas, David Lynch forçou o despontar de um outro espectador, disponível para deambular pela sala de espelhos, para um jogo irónico e denso, mas que seria recompensado com um conjunto amplo de significados e significações, de leituras tão provocantes quanto cristalinas, recorrendo a uma gramática sofisticada: oscilações de ritmo, divagações da narrativa, ausência de realismo nos diálogos e explosões inusitadas de violência. Esta rectrospectiva do trabalho de David Lynch inclui, nesta semana de Outubro, a exibição de seis dos seus filmes, produzidos entre o final dos anos 1970, com a estreia em Eraserhead, e o fim dos anos 1990, com Uma História Simples. Esta secção será enriquecida por uma exposição dedicada à obra do cineasta, que se estenderá até ao final de 2025 no foyer da Casa das Artes, e pela presença de Dean Hurley, músico e colaborador frequente de Lynch, que se apresentará ao vivo no espectáculo Through This World, além de ministrar uma masterclasse sobre o seu trabalho e a parceria com o cineasta. Numa das réplicas do CLOSE-UP, no início de 2026, serão exibidos os dois últimos filmes de Lynch: Mulholland Drive (2001) e Inland Empire (2006).

ERASERHEAD – NO CÉU TUDO É PERFEITO de David Lynch
11 de outubro (16h00)

O HOMEM ELEFANTE de David Lynch
12 de outubro (14h30) - apresentado por António Roma Torres (psiquiatra)

VELUDO AZUL de David Lynch
13 de outubro (21h30) - apresentado por Nuno Fonseca (professor universitário)

UM CORAÇÃO SELVAGEM de David Lynch
15 de outubro (22h30)

ESTRADA PERDIDA de David Lynch
17 de outubro (21h30) - apresentado por José Alberto Pinheiro (professor universitário)

UMA HISTÓRIA SIMPLES de David Lynch
18 de outubro (18h00) - apresentado por Ana Cabral Martins (crítica e programadora de cinema)

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